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Depois de uma Brahma geladinha em plena tarde de terça-feira, reafirmo:
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“Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais importa.
Para que o horrível fardo do tempo não vos pese sobre os ombros e vos faça pender para a terra, deveis embriagar-vos sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude à vossa escolha. Mas embriagai-vos!
E se um dia, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma valeta, na solidão baça do vosso quarto, acordardes, já sóbrios, perguntai ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai: “Que horas são?”.
E o vento, a onda, a estrela, a ave, o relógio, responder-vos-ão: “São horas de vos embriagardes!”.
Para que não sejais os escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.”
Charles Baudelaire
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